Quantos diálogos tivemos a vida inteira, sem nem mensurar que sempre foi você na minha cabeça…

Meu amigo imaginário, meu anjo protetor, meu mentor safadão (suas dicas sempre estavam no meio fio entre quebra tudo e se acalma) até o dia, sim essa compreensão rolou quinze dias depois da constelação que me devolveu sua imagem.

Quinze dias depois e tudo começou a fazer sentido eu tinha que incluir você, eu tinha que materializar você meu irmão Thiago José.

Thi, pra mim.

De todas as muitas conversas que sempre tivemos, hoje eu quero escrever sobre a que eu percebi que você é a morte eu sou a vida.

– Por favor, caro leitor, nesse instante deixe um pouco de lado seu julgamento natural que busca compreender o que é bom e o que é mau. –

Você precisou morrer para eu existir…

Você a morte que sempre me pareceu a melhor solução o caminho óbvio para resolver todas minhas angustias e problemas, porque eu seguia você Thi, eu buscava o amparo do meu irmão mais velho, meu amigo, meu protetor.

E você tinha a morte como sinônimo inconsciente.

Tudo isso porque nunca soube me enxergar, sempre me busquei pelos olhos alheios, o que achavam de mim, o que eu transparecia, o que eu queria transparecer para o mundo.

Não conseguia perceber que eu era, sou, a vida.

A que vingou, floresceu!

Eu tenho a força de fazer as sementes vingarem.

Sim, senhoras e senhores eu amo plantar sementes e vê-las crescer, sou anti enxertos…

Essa força pode ser minha conselheira, meu amparo naqueles momentos “beira do abismo”.

Porque ela existe em mim.

Você e eu, representamos a completude da existência, começou com a sua morte, vai se encerrar com a minha. Eu sei que você vai vir me receber, eu sei que nossa jornada não se resume a Thiago José e Ana Paula.

Mas também é.

A morte é inevitável a vida é escolha.

Me perceber vida me fortalece para tomar minhas escolhas, refazer as que não funcionaram como eu previa, e seguir em direção a você Thi.

Na hora certa, sem pressa e sem medo, apenas seguir pelo caminho natural da existência biológica.

Obrigada meu irmão.

Ass. Ana